Deixa-me dizer-te os lindos versos raros
Têm dolências de veludos caros,
Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Amo-te tanto! E nunca te beijei...
Te vendo ali deitado tão calmo e sereno
tive vontade de deitar ao teu lado...
observando teu corpo nu, sorriu suavemente
abrindo os olhos a me fitar...
Como num sonho suave de amor fui andando
lentamente em tua direção fitando teus olhos a me esperar...
Como que sentindo o meu desejo saltitante
e me sentindo tão sua, foi calmamente
e abrindo teus braços...
Como num sonho suave de amor,
fui me entregando aos desejos nos teus olhos,
fui me deixando abraçar pelo teu corpo...
E ali deitada em teus braços fui sentindo o
calor dos teus lábios, a doçura das tuas mãos,
a firmeza do teu corpo...
E ali deitada ardendo em desejos, te amo calma e feroz,
tomando o teu corpo no meu, sentindo teu
coração disparar querendo-me tua...
E ali deitada confundindo
nossos corpos, te sinto porinteiro,
sem medo e sem pudor te aconchego
suavemente e em movimentos lentos
e ritmados te levo a loucura e me deixo levar...
E ali deitada entre beijose sorrisos,
entre desejos e carinhos, sou tua...
e sentindo meu corpo desfalecer,
me inunda de vida e amor...
Me faz sorrir e até chorar,
me faz amar!
Mariana Ferreira
Vem...
deixa que eu te faça o meu menino;
finge não saber, e eu te ensino
lindos segredos de mulher.
Vem...
deixa que eu te pegue pelas mãos,
e, com pés descalços pelo chão,
te conduza aos meus lençóis.
Vem...
deixa que eu te abrace, com carinho,
amassando tua camisa de linho.
Quem vai se importar?!
Vem...
deixa que eu te beije demorado,
num beijo quente e apaixonado,
sem pressa de acabar.
Vem...
deixa que eu te toque diferente,
para que, assim, experimentes
não ser, hoje, o sedutor.
Vem...
deixa que eu te tenha por inteiro,
deitado em meu travesseiro
sem medo e sem pudor.
Vem...
deixa que eu te faça neste dia
meu parceiro de orgia,
e malícias de querer.
Vem...
deixa que eu te trate desse jeito
como se só eu fosse o "sujeito"
dessa nossa "frase de amor".
*Silvia Munhoz*
Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor,a sangue e a fogo.
Fonte: Pablo Neruda